Vendas de maquiagem e desodorantes caem durante a pandemia

Vendas de maquiagem durante a pandemia

Mudanças de hábitos por conta do distanciamento social é responsável pela baixa nas vendas no primeiro semestre. Segundo a Associação Brasileira de Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), as vendas de maquiagem caíram 19% no primeiro semestre deste ano. Outro item com considerável queda no período foi o desodorante.

O principal motivo para a queda nas vendas destes itens é o distanciamento social e outras mudanças de hábitos causadas pela pandemia de Covid-19. Com o uso obrigatório de máscaras, por exemplo, mulheres têm deixado de usar produtos como o batom e o blush, mudança simples que tem impactado na indústria de maquiagem durante o período.

Conforme dados da Abihpec, o faturamento da indústria do setor cresceu somente 0,8% nos primeiros seis meses de 2020. Mas comparado com a queda de 3,1% nas vendas do varejo como um todo, o resultado do setor foi positivo. A Natura, por exemplo, indicou aumento na revenda online de produtos.

Vendas de maquiagem durante a pandemia

O que impediu que o faturamento do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos fechasse o semestre em queda como todo o varejo foi a alta na venda de outros produtos.

A chamada “cesta Covid” compensou a baixa nas vendas de maquiagens e desodorantes no período. As vendas de sabonete líquido, por exemplo, tiveram alta de 18,2%. Papel higiênico (+20,5%), toalhas multiúso (+39,5%) e lenços de papel (75%) também puxaram o índice para cima.

Mas o principal destaque do setor no primeiro semestre do ano foi o álcool em gel. Por conta da importância do produto no combate à disseminação do novo coronavírus, as vendas subiram impressionantes 2.066,6%.

As máscaras faciais, itens indispensável nesse momento, fecharam em alta de mais de 50%. Além disso, cosméticos antirrugas, anti-idade e antissinais também tiveram crescimento de vendas no período.

Empresários estão divididos sobre recuperação

Pesquisa realizada pela consultoria KPMG  revela que 35% dos empresários entrevistados apostam em alta dos ganhos em 2020.

A pesquisa anterior, realizada entre abril e maio, mostrava um cenário mais tímido de otimismo. Naquele momento, 24% dos entrevistados apostavam em crescimento.

Entre os otimistas desta pesquisa mais recente, 12% revelaram acreditar em uma alta de 10% em seu faturamento em 2020. Enquanto isso, 17% apostaram em um crescimento de 10 a 25%, e 6% acreditam em alta superior a 25%.

Por outro lado, os executivos que apostam em um faturamento menor nesse ano foram maioria. 44% dos entrevistados afirmaram acreditar que terão baixa nos lucros em 2020. Por fim, 21% apostam que o valor será parecido com o que foi registrado em 2019.

Foram entrevistados 193 executivos de alto escalão nos meses de junho e julho para realização da pesquisa.

Expectativas do mercado

Já se sabe que a pandemia contribuiu severamente para impactar negativamente a economia brasileira neste ano. O PIB brasileiro teve que de 9,7 no segundo trimestre de 2020 em comparação com o primeiro. Com isso, o país entrou em recessão técnica, quando dois trimestres seguidos registram retração do nível de atividade.

A pesquisa Focus mais recente realizada pelo Banco Central aponta que a expectativa do mercado é de retração total de 5,62% para a economia brasileira neste ano.

Em análise para o G1, a equipe da XP Investimentos avaliou que os dados do comércio varejista em junho indicam que a contração da atividade em 2020 deve ser menor do que a estimada no início da pandemia. A estimativa da XP é de que o PIB registre queda de 4,8% no ano.

Felipe MatozoJornalista, ex-repórter do Jornal e Canal "O Repórter" e ator profissional licenciado pelo SATED/PR. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.
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