E-commerce do Café Santa Monica dispara durante a pandemia

Café Santa Monica

Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), o café é a segunda bebida mais consumida no Brasil, atrás apenas da água. Ele está em 97% dos lares do país, e suas vendas não param de crescer – inclusive com as versões mais sofisticadas, como a linha do Café Santa Monica.

A Santa Monica é uma das principais empresas de café gourmet do mercado brasileiro, e tem aproveitado o momento de alta do setor para registrar crescimento. A empresa vinha crescendo aproximadamente 30% ao ano até 2019, e projetava alta de 50% para 2020.

Mas a crise gerada pela pandemia afetou os resultados da empresa no varejo tradicional e no food service, seus principais canais de venda. Por outro lado, as vendas digitais sextuplicaram nos últimos meses e levaram a marca a desenvolver planos para diversificar a renda com novos canais.

Café Santa Monica

Os canais digitais do Café Santa Monica estavam em fase de desenvolvimento no período pré-pandemia. No final de 2019, a marca já tinha seus produtos disponíveis no marketplace da Amazon, por exemplo.

Entretanto, o e-commerce próprio da empresa não apresentava resultados significativos, representando apenas 1% do faturamento. Por conta disso, Marcelo Moscofian, CEO do Café Santa Monica, afirma que a empresa já planejava investir nos canais online em 2020.

Mas a chegada da pandemia de Covid-19 acelerou a investida da companhia. Logo no primeiro mês de quarentena a plataforma dobrou suas vendas online, o que fez a empresa intensificar os investimentos no ambiente online, desembolsando cerca de R$ 110 mil para gerar melhorias.

A iniciativa fez o e-commerce do Café Santa Monica sextuplicar, e a expectativa é de que ele represente 10% do faturamento da empresa até fevereiro de 2021. Além disso, as vendas pela Amazon também saltaram nos últimos seis meses, aumentando oito vezes de tamanho.

Desempenho online salvou o faturamento do Café Santa Monica

O salto nas vendas online evitou uma queda no desempenho da Santa Monica em 2020. Apesar da empresa não alcançar a projeção de crescimento estipulada para o ano, ela deve repetir o bom desempenho registrado em 2019. No atual cenário econômico, o resultado é celebrado pelos representantes.

Segundo o CEO da Santa Monica, o home office adotado por diversas empresas foi a principal razão para o crescimento registrado. Para ele, esta mudança na rotina de trabalho levou as pessoas a aumentarem a procura por cafés especiais para consumirem em casa. Mas o executivo não acredita que se o público retornar para os escritórios perderá o interesse pelos produtos da empresa.

Além da atuação online por meio do e-commerce próprio e do marketplace, a marca ainda conta com outros seis canais de distribuição. São eles: exportação, food service, varejo, televendas, corporativo e private label. Destes, apenas o varejo e as vendas digitais tiveram bons desempenhos durante o primeiro semestre.

As principais expectativas de Moscofian para o próximo ano estão nos cafés de marca própria e no e-commerce. A empresa lançou recentemente a Nosso Requinte, uma marca de cafés especiais desenvolvida em parceria com a rede de supermercados Dia. Segundo o executivo, há mais duas redes negociando com a marca para a produção conjunta de cafés de qualidade.

O CEO da Santa Monica destaca que os planos para a marca ainda incluem a abertura de cafeterias próprias a partir de 2021. Mas a entrada neste setor tem sido estudada com cautela para não causa impacto com seus próprios clientes de food service.

Por enquanto, a empresa tem parceria com um empreendimento em fase de teste em praças de São Paulo, o Amém Café.

Café Santa Mônica

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Cenário atual do mercado de cafés

Segundo a Abic, os primeiros dias de pandemia representaram uma alta vertiginosa para o mercado geral de cafés, com crescimento de aproximadamente 35%.

A justificativa para o aumento nas vendas está no medo de desabastecimento que os consumidores apresentavam naquele momento. Depois deste período, as vendas se mantiveram em níveis considerados de consumo regular dos lares.

A Abic destaca que o varejo tradicional segue sendo o principal canal de distribuição do produto no mercado brasileiro. Entretanto, o impacto da pandemia no setor de food service levou as empresas a se reinventarem, assim como a Santa Monica.

Para se adaptar, as marcas precisaram desenvolver canais de contato direto com o consumidor, como plataformas de vendas pela internet e delivery por aplicativo.

Segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) no final de abril, por exemplo, cafeterias associadas à entidade venderam em média 76,25% a menos no período.

Felipe MatozoJornalista, ex-repórter do Jornal e Canal "O Repórter" e ator profissional licenciado pelo SATED/PR. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.
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