Avon e Accor lançam fundo para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica

Em uma iniciativa do Instituto Avon e da Accor, o fundo pretende captar R$ 10 milhões para oferecer ajuda para vítimas de violência doméstica. A iniciativa ainda conta com o apoio do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS)

Estatísticas mostram que os casos de violência doméstica e feminicídios aumentaram durante a pandemia. Por conta do isolamento social, vítimas passam mais tempo dentro de casa, o que as obriga a conviverem mais tempo com seus agressores.

Com o objetivo de proteger estas mulheres vítimas de violência, os recursos captados pelo fundo organizado pelo Instituto Avon e a Accor irão apoiar aproximadamente trinta organizações com atuação na causa.

Ajuda para vítimas de violência doméstica

A duração do fundo será de um ano, e os repasses devem começar a ser feitos a partir de julho do próximo ano. Para atingir a meta estipulada, as companhias buscarão doações de outras empresas durante este período.

O Instituto Avon e a Accor deram o pontapé inicial nas doações para o fundo. A Avon doou R$ 1 milhão, enquanto Accor ajudou com R$ 660 mil em hospedagem. Enquanto isso, a gestão dos recursos e acompanhamento das iniciativas apoiadas ficará sob responsabilidade do IDIS.

Confira também: Avon divulga primeiros resultados após ser comprada pela Natura

Pilares da ajuda para as vítimas de violência doméstica

De acordo com representantes das instituições responsáveis pela ação, ela deve se apoiar em cinco pilares para fornecer um apoio completo às vítimas:

  • Resgate e acolhimento: etapa que contará com o apoio de instituições de proteção às mulheres e o Instituto Cia dos Sonhos, instituição sem fins lucrativos dedicada à inclusão social de crianças e jovens;
  • Hospedagem: após o primeiro contato, as vítimas devem ser encaminhadas para hotéis da rede Accor. A rede ainda irá oferecer estadia, alimentação e suporte num total de 4 mil diárias espalhadas por 295 hotéis em 133 municípios diferentes;
  • Suporte emocional: assim como a etapa de resgate e acolhimento, instituições de proteção às mulheres fornecerão suporte emocional às mulheres e seus filhos;
  • Capacitação: as vítimas poderão participar de um programa de formação e treinamento. Os conteúdos abordarão questões de autocuidado, inteligência emocional e desenvolvimento de competências, focando no empoderamento destas mulheres e inserção no mercado de trabalho;
  • Reinserção: após o programa, as vítimas deverão ser encaminhadas para um abrigo permanente especializado ou seguir para a casa de um amigo ou familiar.

Instituições interessadas em se beneficiar da iniciativa devem contatar o Instituto Avon pelo e-mail [email protected]. Já as vítimas de violência doméstica devem acessar o site do Mapa do Acolhimento, onde podem encontrar serviços públicos de proteção disponíveis para abrigamento.

Instituto Avon também tem parceria com a Uber

Desde abril, o Instituto Avon também está envolvido em um projeto para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica junto com a Uber e a Wieden+Kennedy. A parceria entre as empresas oferece orientação através de uma ferramenta virtual e transporte para as vítimas.

A ferramenta é uma assistente virtual que oferece às mulheres vítimas de violência doméstica uma forma silenciosa de pedir ajuda e receber a orientação necessária dentro de suas casas. A ação faz parte do Programa Você Não Está Sozinha, iniciativa da Avon em resposta ao aumento de violência contra mulheres e meninas causado pela pandemia.

Com a iniciativa, mulheres de qualquer lugar do Brasil que estiverem se sentindo ameaçadas podem buscar ajuda por meio do Whatsapp pelo número (11) 94494-2415. Uma vez acionado, o número inicia um chatbot para entender melhor a situação da vítima enquanto se passa por uma pessoa na sua rede de contatos, evitando despertar atenção do agressor.

Através deste chatbot, é possível rastrear as necessidades da vítima e o nível de risco ao qual ela está exposta. Assim, ela recebe as devidas orientações e a lista de endereços mais próximos onde pode encontrar ajuda.

Além disso, caso a vítima não tenha condições de ir até o ponto de ajuda recomendado, pode solicitar uma viagem gratuita para o local de socorro por conta da Uber. O mapa do acolhimento está disponível em todo território nacional, e o transporte é gratuito em lugares onde a Uber está disponível.

De acordo com o Estadão, só no primeiro mês de funcionamento o chatbot teve 925 acessos e atendeu a 863 mulheres. Entre as vítimas, 311 foram identificadas como casos de alto risco e 116 pediram ajuda urgente.

Felipe MatozoJornalista, ex-repórter do Jornal e Canal "O Repórter" e ator profissional licenciado pelo SATED/PR. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.
FacebookInstagramLinkedinYoutube
Veja mais ›
Fechar